O que te vem à cabeça quando alguém te fala da Croácia? Os amantes de futebol devem pensar nas icônicas camisas quadriculadas; já Painho me falou várias coisas sobre a história da Iugoslávia. Agora vem o mais difícil, sem olhar no mapa, você sabe me dizer onde fica este país? é sobre uma pequena parte dele que falaremos agora. Quer saber mais sobre a Croácia, especificamente sobre as cidades de Split e Zadar? Leia o post até o fim.
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O que este artigo aborda:
- Croácia para brasileiros
- Croácia: Zadar e Split
- O que fazer na Croácia: Zadar e Split
- Quando ir à Croácia: Zadar e Split
- Como chegar na Croácia: Zadar e Split
- Como chegar e se locomover na Croácia de ônibus
- Onde ficar na Croácia
- Serviços na Croácia
- Gastronomia na Croácia
- Conclusão
Croácia para brasileiros
A Croácia, ou Republika Hrvatska (descobri esse nome enquanto ficava me perguntando por que as placas dos carros tinham um HR na identificação do Estado Membro), é um dos vários países que surgiram na década de 1990 após o fim da URSS. Quanto à localização, o Mar Adriático, aquele que banha Veneza e toda Costa Leste da Itália, é o mesmo que banha o litoral Croata. Os países são tão próximos que há barcas (ferries) ligando os dois litorais por pouco menos de 50 Euros no trecho.
Esse país tem aparecido muito nos rankings de turismo na Europa ao longo dos últimos anos, mas, diferente de Portugal (que também tem se destacado nesses rankings), ainda continua um pouco desconhecido dos viajantes.
Com seus mais de 700 km de litoral, do qual falaremos sobre dois dos principais destinos aqui, castelos medievais, lindos parques para os amantes de caminhadas outdoor (busque “Plitvička jezera” no Google e entenda), uma capital moderna, sobre a qual posso falar mais em outro post, visitar esse País é uma experiência bem diferente dos tradicionais roteiros europeus. Ah, para os fãs de Game of Thrones, boa parte das gravações foram feitas nesse país (especialmente em Dubrovinik), principalmente as que envolvem os castelos e cidades muradas.
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Croácia: Zadar e Split
Split e Zadar estão no centro desse longo litoral da Croácia, separadas por 160 km cheios de atividades, sobre as quais caberiam diversos posts. Aqui falaremos mais sobre as áreas urbanas dessas duas cidades cheias de histórias e belezas.
Split é a segunda maior cidade do país e foi uma colônia grega antes da Era Comum. No entanto, a história da cidade é contada, em grande parte, a partir do Século IV da Era Comum, quando abrigava o Palácio de Diocleciano, imperador Romano. Já Zadar é a cidade mais antiga continuamente habitada da Croácia, com registro desde 9 séculos antes da Era Comum, mas é hoje uma cidade bem menor do que sua vizinha Split.
O que fazer na Croácia: Zadar e Split
Boa parte das atividades em ambas as cidades estão ligadas aos patrimônios históricos.
Em Zadar, suas fortificações são patrimônios culturais da UNESCO, como parte das construções de defesa venezianas dos Séculos XV e XVI da Era Comum. No caso de Split, a UNESCO considera a cidade construída ao redor do Palácio de Diocleciano como patrimônio.
Dessa forma, em ambas as cidades há diversos sítios, tanto em ruínas, quanto partes extremamente bem conservadas dessas construções. Para além, há diversas construções históricas que acompanham os séculos de ocupações, guerras e dominações. Para quem gosta de escutar sobre a história enquanto visita os locais, há diversos tours locais, com abordagens que vão das mais simplistas às arqueológicas. Minha dica é, mesmo que você não queira ir em grupo e/ou com guia, consultar alguém acostumado a planejar viagens melhorará muito sua percepção durante a visita.
Para além dos sítios históricos, estamos falando de duas cidades modernas e litorâneas, com belíssimas praias, parques e, para os que não dispensam as compras, shoppings. Aos que gostam de aventuras, há diversas atividades nas águas geladas e nos arredores das cidades. Já para os que curtem longas caminhadas, como eu, recomendo caminhar pelas praias de ambas as cidades. Zadar, além das lindas águas, possui uma orla que circunda a cidade histórica com uma vista belíssima do pôr do sol sobre o Mar Adriático e uma arquitetura contemporânea maravilhosa.
Quando ir à Croácia: Zadar e Split
Bom, eu visitei as duas cidades na Croácia, Zadar e Split, em belos dias frios no auge do outono (que por aqui vai do final de setembro ao final de dezembro). No entanto, não é a melhor época se você terá somente alguns dias e datas pouco flexíveis pois há semanas que chove sem parar. Então, se puder escolher, venha no auge do verão (julho), quando raramente terá dias inteiros de chuva e, para os que não gostam de ventos frios, as temperaturas estarão mais altas (26 C de média).
Como chegar na Croácia: Zadar e Split
Ambas as cidades são muito acessíveis quando já se está na Europa, mas iniciarei falando das opções aos que resolverem partir direto do Brasil.
Apesar de as duas cidades possuírem aeroportos, Split possui mais opções e a preços mais baixos durante todo ano. Assim, as opções mais rápidas para quem quer vir do Brasil passam por um vôo partindo de Rio de Janeiro ou São Paulo, fazendo uma conexão em Frankfurt (Alemanha) ou Amsterdam (Países Baixos) de onde há vôos diretos para Split mais de uma vez ao dia.
Um detalhe importante é que, mesmo a Croácia fazendo parte da União Europeia, ela não está no Espaço Schengen. Sendo assim, as regras de viagem para o país são ligeiramente diferentes das de viajar do Brasil para países como França, Itália ou Portugal. No post sobre Zagreb contarei minha experiência quanto a esses detalhes, mas adianto que não há nada de assustador, principalmente se você conta com alguém que te auxilia nos detalhes da viagem.
Para aqueles que já estão em terras europeias, há voos diários entre Split e diversas cidades, entre elas Roma (Itália), Viena (Áustria), Londres (UK), Oslo (Noruega) e algumas cidades alemãs, além das já citadas anteriormente. Na alta temporada as opções se ampliam e pode-se voar nas empresas low cost pagando alguns poucos euros, se reservado com antecedência.
Aos que resolverem estar previamente em Zagreb, há opções de vôos diários para as duas cidades, com preços um pouco elevados, mas que são uma opção para quem não quer gastar muito tempo em deslocamentos. Outra opção são os trems que me pareceram confortáveis, mas com poucos horários e uma malha um pouco confusa. Minha experiência envolveu duas viagens de formas diferentes e que recomendo também a propósitos diferentes.
Como chegar e se locomover na Croácia de ônibus
Para os que viajam sozinhos e querem apenas ir de Zagreb a uma das duas cidades, recomendo os ônibus comercializados pela plataforma FlixBus. Os veículos são muito confortáveis, com motoristas em geral prestativos e que se comunicam em inglês sem muita dificuldade. Recomendo os ônibus operados pela própria plataforma, o que facilitará sua vida em casos de cancelamento, por exemplo. Todo o processo de reserva é simples, seja pelo site ou aplicativo, permitindo pagamentos com cartões de crédito ou débito internacionais, inclusive os pré-pagos, Apple Pay e Google Pay. Os preços por trecho partem dos 12 Euros entre Zagreb e Zadar, numa viagem de pouco mais de 3 horas, e dos 20 Euros no trecho entre Zagreb e Split, com uma duração de quase 5 horas. A viagem é tranquila, com paisagens belíssimas e em estradas bastante seguras.
Essa questão das estradas leva para outra experiência, que em minha opinião requer mais planejamento e, se possível, auxílio de alguém que viaje mais usualmente. Em minha segunda visita a Zadar (que tinha como destino final o belíssimo Nacionalni park Krka) fui com um casal alemão e uma menina portuguesa, então locamos um pequeno carro no Centro de Zagreb. É importante dar preferência a locadores conhecidas e prestar muita atenção aos termos de locação. Recomendo essa opção para quem está em grupos e/ou quer visitar sítios fora do centro das cidades. A viagem é muito tranquila, dura cerca de 3 horas entre Zagreb e Zadar, em uma rodovia ótima, mas com pedágios, como a maioria das estradas europeias. Essa opção envolve diversos detalhes que levam também os custos a variar muito, então procure ajuda para ver o que você quer fazer e quanto isso deve custar.
Onde ficar na Croácia
Inicialmente, aos que pretendem passar mais dias no país, eu recomendo a estadia em Zagreb, sobre a qual falarei em um post específico. Apesar de minhas viagens as duas cidades não envolverem pernoite, pesquisamos bastante sobre, assim vou compartilhar um pouco de minha experiência.
Então, vamos falar das opções para os que querem aproveitar apenas o litoral. A opção mais simples é ficar em Split. Isso acontece por se tratar de um centro urbano maior, por estar diretamente ligada a mais cidades, como falei anteriormente, e por estar no meio (quase, na verdade) entre Zadar e outro ótimo destino que é Dubrovinic. O deslocamento entre as cidades é fácil, tanto de ônibus, quanto de carro. Além disso, em seus arredores há mais atividades do que em Zadar.
Pessoalmente, eu gostei mais das opções em Zadar. Apesar de ser uma cidade bem menor, o nível de atrações é muito bom e a distância para Split é pequena, com acesso muito fácil. Talvez por seu tamanho mesmo, tudo é mais tranquilo e organizado. Caminhadas ao final de tarde pela orla que cerca a cidade murada são altamente prazerosas e tudo está há distâncias facilmente percorridas sem carro, o que considero uma grande vantagem. Por fim, as médias de preços de hospedagens são menores que em Split, com acomodações, em geral, mais bem avaliadas.
Seja qual for a cidade, prefira sítios nos arredores do centro histórico. Decidida a cidade, o próximo passo é o local. Há opções para todos os gostos, e bolsos, em qualquer das cidades. Desde os quartos compartilhados em bons hostels, passando pelas moradas do Airbnb, até hotéis luxuosos. Assim como no caso da locação de carros, o que se gasta com hospedagem dependerá muito do que se espera, cabendo a mesma recomendação de muito planejamento.
Serviços na Croácia
Vamos falar rapidamente da questão de serviços. Seja qual for seu destino, você terá a disposição tudo o que precisa. Os pontos mais importantes, em minha opinião, são a disponibilidade de transporte, de meios de comunicação, de serviços de alimentação e de trocas de moedas.
Sim, você precisará fazer cambio de seus reais, dólares ou euros. Assim como não faz parte do Espaço Schengen, a Croácia também ainda não é integrante da Zona do Euro.
Além disso, diferente de outras países na mesma situação, aqui não se aceita Euro como moeda para pagamento. A cotação da moeda oscila pouco e, em 2020/2021, 1 Euro tem equivalido a 7 Kuna. Nos aeroportos das duas cidades há casas de câmbio, assim como nas rodoviárias e no centro histórico, tornando bem simples essa operação.
Sobre os transportes entre cidades, como já falei, é bastante simples. Internamente, ambas contam com sistemas de ônibus, mas com horários bem escassos. Há também um bom serviço de taxi, tanto em Split, quanto em Zadar, o que recomendo em caso de deslocamentos com tempo limitado. Em teoria, há Uber na região de Split, mas tentei usar e não encontrei veículos disponíveis.
Quanto à comunicação, especificamente conexão móvel, há dois meios principais. Se você vem de um outro Estado Membro e já comprou um SIMcard, consulte se ele fornece cobertura na Croácia. As principais operadoras oferecem, mas vale consultar pois não é regra. Se você chegou sem SIMcard no país, recomendo a compra logo no aeroporto, pois os valores não diferem das lojas dos centros. E não há dúvidas de que estar conectado pode te auxiliar em diversas coisas.
A minha recomendação é o chip da A1 Croatia, que é a opção intermediária entre quantidade de dados, qualidade e preço. Contudo, recomendo que você pesquise e veja o que se encaixa a sua necessidade.
Gastronomia na Croácia
Por fim, vamos falar de alimentação, que é meu ponto preferido de falar sobre viagem. A primeira questão é para quem ficará mais tempo e/ou quer refeições baratas, mas ainda assim boas. Nas duas cidades há supermercados de redes Europeias, como Spar e Lidl, com boas opções de alimentação, principalmente de panificação. Além disso, as redes locais que também oferecem refeições rápidas a preços atrativos.
Aos que gostam de delivery, seja de restaurantes ou de supermercado, a má notícia é que não há cobertura da Uber Eats. Entretanto, o Wolt é uma opção tão boa quanto e está disponível nas duas cidades, com uma ótima lista de pratos para atender a todos. Utilizei o serviço diversas vezes em Zagreb e não tive nenhum problema, mas é necessário um número de telefone que recebe sms no local para se cadastrar. Também aceita todos cartões de crédito e débito, além de Apple Pay e Google Pay.
Quanto aos restaurantes, aqui falarei um resumo das duas cidades, enquanto em um post sobre Zagreb tratarei de detalhes da culinária local. Bom, a estrutura de restaurantes, bares e cafés é muito boa e, assim como no caso dos hotéis, há para todos os gostos e bolsos.
Seja na visita aos centros históricos ou percorrendo as ruas de arquitetura contemporânea, você sempre encontrará diferentes opções para comer.
Até mesmo pela localização, ambas as cidades sofrem bastante influência da culinária italiana, sendo muito mais simples encontrar uma trattoria do que um restaurante típico Croata.
Mesmo assim, recomendo que procure uma panificação local e prove das massas típicas dessa região dos Balkans, principalmente o börek com queijo de ovelha ou o zagorski štrukli.
Por fim, as sobremesas com massa filo, como a baklava (que é bem diferente da versão turca), e as tortas com frutos secos são ótimas pedidas. Deverá pedir as iguarias juntamente com um café brasileiro.
Conclusão
O litoral croata é belíssimo e merece a visita, principalmente se você está cansado dos destinos tradicionais.
Recomendo pelo menos um dia inteiro para ver um pouco das duas cidades, mas uma semana seria o ideal para aproveitar tudo que a região pode oferecer.
Além disso, é um destino no qual se gasta muito menos do que em praias como as do Algarve ou do que nas ilhas espanholas.